Ampla consulta nas gerências decidiu pela aprovação com 66,44% dos votos, evitando perdas na Justiça
Em mais de 90 assembleias realizadas nos locais de trabalho, ou seja, nas gerências espalhadas pela cidade, os trabalhadores da Comlurb foram informados, consultados, debateram e se manifestaram sobre a contraproposta final da Companhia. A maioria, 60,44% dos trabalhadores, assinou a lista de presença assinalando SIM à proposta. Os votos pela NÃO aprovação, também assinados, ficaram em 39,56%.
Entre os dias 19 e 26 de janeiro, diretores efetivos, suplentes e delegados sindicais do Siemaco-Rio realizaram assembleias setoriais com a categoria, coletando 1.671 votos, sendo registrados 1010 votos SIM e 661 votos NÃO, assinados na lista de presença. O sentimento geral dos trabalhadores foi o de evitar perdas, tanto com a inflação do período, quanto com possíveis desdobramentos na Justiça caso chegássemos a uma greve.
Alguns trabalhadores declaravam o voto verbalmente, como “não quero greve, aceito os 5%, mas não vou assinar”. Todos os que estiveram presentes nas assembleias nas gerências mas resolveram não opinar (e não assinar a lista de presença) optaram por se abster de manifestar sua posição, mas foram devidamente informados e participaram do processo de consulta nas bases.
– Essa foi a consulta mais ampla e democrática que o Sindicato já realizou. Todos os trabalhadores puderam se manifestar livremente, tirar dúvidas e fazer sua opção – comentou o companheiro Gilberto Alencar, Presidente do Siemaco-Rio.
A consulta nas bases foi aprovada na assembleia de abertura da Campanha Salarial. O histórico ruim de assembleias únicas anteriores, onde poucos trabalhadores decidiam pela categoria e, por outro lado, onde muitas vezes a violência praticada por grupos políticos não permitiu e afugentou a expressão genuína da categoria, pesou a favor desse modelo mais democrático, mais amplo e mais seguro.
ASSINATURA DO ACORDO
Na manhã desta 3ª feira, dia 30/1, respeitando o resultado da consulta nas bases, Sindicato e Comlurb assinaram o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023-2024, garantindo 5% de reajuste salarial para todos, retroativo a novembro do ano passado, melhoria nos benefícios do seguro de vida e da licença-nojo, além de incluir conquistas importantes para segmentos como os PCDs (pessoas com deficiência) e os profissionais de enfermagem, que passaram a ter sua insalubridade reconhecida, com adicional de 20%. Além disso, todas as cláusulas do Acordo Coletivo anterior foram mantidas.
O índice de 5% de aumento salarial supera o INPC (índice oficial de inflação) que foi de 4,14% no acumulado até outubro de 2023. Essa foi uma das razões que fizeram a categoria evitar que a negociação fosse levada à Justiça do Trabalho, como ocorreu em outros anos. No Tribunal, nada além da simples reposição da inflação costuma ser decidido. “Levar nossa luta para o tribunal seria colocar em risco algumas conquistas”, comenta o secretário-geral do Sindicato Antonio Carlos.
Até o momento, a Prefeitura do Rio não definiu qualquer reajuste para os servidores municipais, enquanto na Comlurb arrancamos 5%. “Não é o índice de aumento que gostaríamos, mas evita perdas, inclusive no nosso poder de compra”, avalia o Presidente Gilberto. Os trabalhadores da limpeza urbana de São Paulo e do Paraná, por exemplo, tiveram reajustes semelhantes, um com 4,5% em setembro do ano passado e outro com 4% a partir de 1º de fevereiro, respectivamente.
Veja aqui a nova Tabela de Salários 2023-2024 da Comlurb.
Veja aqui a íntegra do Acordo Coletivo 2023-2024 com a Comlurb.
